A ABVE defende uma Política Nacional de Eletromobilidade para o Brasil evitar novas crises de abastecimento de combustíveis fósseis, como a que enfrentou na última semana.

Em nota oficial divulgada no dia 25/5, a entidade diz que cabe ao Governo Federal “dar os sinais corretos à mobilidade elétrica”.

“Chegou a hora de apostar na mudança da matriz energética do transporte público e particular” – diz o texto assinado pelo presidente da ABVE, Ricardo Guggisberg.

Ricardo Guggisberg

“Essa é uma questão estratégica. O país não pode ficar vulnerável aos caprichos das cotações do petróleo, provocados por fatores externos fora do controle das autoridades nacionais” – acrescentou a nota.

“Os brasileiros também não aceitam pagar mais um subsídio ao diesel – que pode chegar a R$ 5 bilhões até o final deste ano! – para livrarem-se da mais recente chantagem imposta pelas estruturas corporativas associadas à velha indústria do petróleo”.

Leia a íntegra:

ABVE DEFENDE UMA POLÍTICA NACIONAL DE MOBILIDADE ELÉTRICA

A crise no abastecimento de combustíveis, causada pelo aumento do preço do diesel, expõe de modo dramático a urgência de uma Política Nacional de Eletromobilidade no Brasil.

Essa é uma questão estratégica. O país não pode ficar vulnerável aos caprichos das cotações do petróleo, provocados por fatores externos fora do controle das autoridades nacionais.

Os brasileiros também não aceitam pagar mais um subsídio ao diesel – que pode chegar a R$ 5 bilhões até o final deste ano! – para livrarem-se da mais recente chantagem imposta pelas estruturas corporativas associadas à velha indústria do petróleo.

Chegou a hora de apostar na mudança da matriz energética do transporte público e particular.

Chegou a hora de abrir caminho para os veículos elétricos e híbridos no Brasil – isto é, movidos por energias inteiramente renováveis, não fósseis, não poluentes, não submetidas ao mercado externo e às variações do câmbio.

Essa é uma tarefa de todos: União, estados, municípios, universidades e setor privado.

Mas cabe ao Governo Federal, neste momento, dar os sinais corretos à mobilidade elétrica.

Concretamente, cabe lançar sem demora o novo regime automotivo Rota 2030, com claros incentivos à mudança da matriz energética dos veículos e à eletromobilidade.

Cabe adotar medidas para acelerar a transição do diesel para os combustíveis não fósseis no transporte público das grandes cidades.

O Brasil é um dos líderes mundiais em geração de eletricidade a partir de fontes renováveis. É também líder mundial em biocombustíveis.

Tem uma indústria de transporte sustentável já instalada no país. Tem tecnologia e recursos humanos e materiais.

Tem, portanto, todas as condições de acelerar essa urgente transição energética.

Até quando ficaremos voluntariamente reféns do mercado internacional do petróleo e daqueles que, no Brasil, se beneficiam da velha indústria dos combustíveis fósseis?

No Brasil, o tempo da mobilidade elétrica já chegou.